"Debaixo e dentro de todas as aparências ou manifestações exteriores, sempre houve uma Realidade Substancial. Esta é a lei."
(Caibalion)

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

 


     Geração Beat ou Movimento Beat é um termo usado para descrever um grupo de escritores norte-americanos, que se tornaram conhecidos no final da década de 1950 e começo da década de 1960. Esses artistas levavam uma vida nômade ou fundavam comunidades. Foram a inspiração para o surgimento do movimento hippie, John Lennon adotou a palavra beat para batizar o seu grupo musical, The Beatles.
     William S. Burroughs (Naked Lunch - 1959), Jack Kerouac (On the Road - 1957), e Allen Ginsberg (Howl -1956), foram os artistas que tiveram as obras mais conhecidas dessa geração. Os membros da Geração Beat logo desenvolveram uma reputação como os novos boêmios hedonistas que celebravam a não-conformidade e a criatividade espontânea.
     Com o objetivo de se expressarem livremente e compartilharem sua visão de mundo e suas histórias, esses escritores produziam desenfreadamente, muitas vezes movidos pelas drogas, álcool, sexo livre e jazz.  Eram jovens intelectuais que estavam cansados do modelo quadradinho de ordem estabelecido dos EUA após a Segunda Guerra.
     Características do movimento:
     *Intensidade em tudo: no estilo narrativo, nos temas, nos personagens.
     *Escrita compulsiva: fluxo de pensamento desordenado, por vezes caótico.
     *Linguagem informal, cheia de gírias e palavrões, (hip talk - um vocabulário típico do           submundo marginal de NY).
     *Grande valorização da transmissão oral.
     *Apoio à igualdade étnica, à miscigenação e às trocas culturais entre raças.

GERAÇÃO BEAT NO BRASIL
     Aqui chegou por volta de 1959/1960, por meio de reportagens em revistas e jornais. Teve leitores atentos como Zé Celso M. Corrêa, que criaria o Teatro Oficina e Luis Carlos Maciel, futuro difusor da contracultura beat. Com o poeta Roberto Piva, o movimento beat chegou com o seu livro de estreia Paranóia - 1963.
    Esses escritores buscavam novos caminhos para a literatura e a vida, o Movimento Beat seguiu repercutindo e angariando admiradores mundo afora, certamente pelo valor literário que mostrava uma nova forma de apresentar uma realidade diferente, pela transgressão, pela universalidade da rebelião talvez...era o não conformismo, a liberdade e a busca espiritual...
(Superinteressante / Wikipedia)

Beat palavra de origem inglesa = 1- bater, pulsar, vencer / 2- Beat é o ritmo, a batida usada nas batalhas dos rappers.




domingo, 11 de fevereiro de 2024

 


     Wu Wei é uma expressão chinesa que significa "não fazer". Vem do Taoísmo e um dos seus principais textos indica que é necessário seguir "O Caminho" o Tao, e mesmo  fazendo nada, as coisas acontecem.
       Wu Wei não é necessariamente não fazer algo, o pensamento é que as ações precisam ser feitas sem esforço, ação sem ação. É sobre ficar em paz enquanto a tarefa é feita, associando a concentração e o deixar fluir.
        O Taoísmo nos diz que as melhores ações são as que fazemos naturalmente, de forma espontânea e sem violência, é o nadar com a correnteza em vez de ir contra ela. Wu Wei é tido como um elemento chave da filosofia taoísta, encoraja a simplicidade, a paz interior e a harmonia com a natureza. É uma abordagem à vida que se concentra na qualidade da vida e não na quantidade de posses e realizações.
       O mais desafiador é aceitar os acontecimentos tal como eles acontecem, sem tentar mudá-los ou controlá-los. Isto pode ser aplicado aceitando as dificuldades e desafios que surgem, em vez de combatê-los ou ignorá-los. O "não fazer" é um caminho interessante, pois leva o indivíduo a abster-se de lutar contra eventos e situações que não podem ser alteradas. Em vez disso nos convida a concentração no que é possível controlar ou alterar.

A água é suave. Mas enfraquece e corrói superfícies duras. Na batalha contra a dureza, não tem igual. A suave e gentil pode derrotar as duras e grosseiras.

(Wu Wei - A arte de não fazer nada - Lao Tse)





segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

 


☆CARMEM

     Aquele amanhecer ensolarado e quente de fevereiro já me anunciava um dia  diferente. Como todas as manhãs, tirei alguns minutos para meditar, refletir sobre a vida e conversar comigo mesma sobre  atitudes, situações, sentimentos, pessoas…enfim,,, coisas que talvez não fosse mais necessário permanecer no meu caminho.

     Como sempre montei um pequeno altar com os quatro elementos e depois de uma prece procurei me concentrar, porém por mais que eu quisesse diminuir o ritmo dos meus pensamentos não conseguia. Meu coração estava acelerado, a mente agitada, então fechei meus olhos  e o cenário da minha sala não era mais o mesmo, em segundos me vi em outro ambiente.

     Por um momento abri meus olhos e tudo parecia igual, mas quando tornei a fechá-los era o outro ambiente que se mostrava. Senti uma presença no meu lado esquerdo, com certeza não era imaginação nem delírio, era tão real que  poderia tocá-la e sem demora perguntei quem estava ali.


     A única resposta que tive foi: - Carmem!  Exclamou uma voz feminina e suave  dentro da minha cabeça. - Como assim? Quem é você? Uma Deusa, Bruxa, Cigana, minha Mentora, um Anjo?  Perguntei  surpresa e curiosa. Nada mais me foi dito. Sabia que Carmem continuava ali, podia sentir isso e imagens meio confusas percorriam minha mente. Era como se fossem lembranças de uma história já vivida e esquecida no tempo.


     A presença de Carmem  me trazia autoconfiança,  certeza de coisas que não faziam sentido à mente humana. Eu me senti amparada, protegida e sem temores.   Naquele instante se abriu um Portal a minha frente, e no vazio, onde nunca se nasce nem se morre, minha alma pede passagem.


     Foram momentos de êxtase, de beleza ímpar que nenhuma palavra poderia descrever.  Eu não me atrevia a retornar, queria ficar ali onde o tudo e o nada se juntavam… só havia paz e conforto. De repente um arrepio percorreu minha coluna e num solavanco  meu corpo todo, ainda meio sem entender  o que tinha acontecido, aos poucos retomou seu ritmo.


     Foi indescritível a sensação de poder que toda essa vivência me trouxe. Foi além dos meus próprios limites como um  ser humano, que sabe apenas uma pequena parte de muito pouco sobre a vida e o viver neste misterioso Planeta Terra. Alguns minutos e o nome Carmem bastaram para eu entender o que Sou.

☆Ana Giovanella